Moça, eu lembro do dia que você chegou como quem nunca fosse sair...
Disse que naquele dia tinha segurado a minha mão, mas eu nem estava ali.
Moça, quando você sorri assim para mim como esse sorriso que acabo de ver me diga como que eu vou correr?
Moça, essa noite eu pintei a lua só para te dar.
Moça, não é clichê, mas eu te darei todos os anéis de saturno se você chegar.
Moça, eu vou desenhar você e colorir de vermelho joaninha!
Oh, moça...
Eu disse que aqui era muito triste para você ficar,
você foi e se foi eu nem vi...
Moça, como que vou te esquecer se você nunca esteve por aqui?
Me atrevo a te inventar...
Moça, eu sinto como quem perde algo, mas tento te encontrar, mas eu nunca nem se quer te achei...
Me atrevo a te inventar.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
A culpa que a gente tem (3)
Que culpa a gente tem, meu bem
Se nasce em qualquer parte que haja amor
As flores deste nascem e desnascem?
Que culpa a gente tem, meu bem
Se o bom nasce e o que deixou de ser se vai
Como o vai e vem das árvores...
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Do amor às coisas
Bandas e bandas de laranjas,
Tampas e panelas
Tigelas, frigideiras
Chinelos e pés cansados...
Embora temidos,
Destemidos, oblíquos e dissimulados,
Maturados, infantilizados, doces, amargos,
Pinks e Floyds, Disneys, loucos, vairados, bêbados,
noitados, internetados, francesados...
Por mais que a diversidade nos afronte e a razões nos
condene,
que Ele caminhe entre os dias - todos os dias - com a gente.
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Chegada ao céu
Bati as botas na madrugada de
terça-feira. Por bom comportamento fui para a abóboda celeste. Composições de
Mozart, anjinhos dançando, algodão-doce por toda parte. Realmente, eu só
poderia estar no céu! Por aquele momento me contentei em andar serenamente por
aquele cenário divino. Do lado direito havia uma fila enorme e algumas setas flutuantes, me aproximei de uma pessoa e perguntei o que seria aquele fila enorme e porque que
haveria de ter fila no céu! Ela me disse que eu deveria entrar ali para
conversar com Ele. Era a fila para o tal juízo final. Indigne-me! Fui até a
frente para saber que falta de delicadeza era essa. Chegando no portão havia
uma placa com as seguintes informações:
SE FOI-SE NA SEGUNDA,
AGUARDE CINCO DIAS
SE FOI-SE NA TERÇA,
QUATRO
SE FOI-SE NA QUARTA,
APENAS TRÊS
SE FOI-SE NA QUINTA,
MAIS DOIS
SE FOI-SE NA SEXTA,
ATÉ AMANHÃ.
Cacildes! –
falei – que isso, meu deus? - Deus só atende nos final de semana! – respondeu
bravamente o senhor barbudo a minha pergunta retórica. Bom, fazer o quê? O jeito é esperar a foice daqui quatro. Dia um, dois,
mais um e chegou sábado. A fila já estava quase que voltando para a terra de novo,
as conversas eram rápidas e a gente só via uns aparatando e outros sendo
levados pelos anjinhos. Já era quase segunda-feira
quando chegou a minha vez.
- Olá!
- Seu nome não é bíblico, você
não rezou todas as noites... Disse mais de mil vezes palavrão e me acordava sem
parar falando “meu deus, meu deus, meu deus”...
- Sim...
- Não dava dízimo à igreja, não ia à
missa, só leu a bíblia em latim porque foi avaliação obrigatória na escola,
fazia músicas, mas nenhuma foi em minha homenagem, não casou na igreja...
- Claro! Era caro, eu queria ir
para o Caribe na lua de mel.
- Enfim, quer que eu continue?
- Não precisa não.
- Então pode ir por aquela porta
ali.
- Sim, mas me diga só uma coisa.
Porque você não atende durante a semana?
- Oras, só para variar, dois dias de trabalho e cinco de descanso.
P.s.: Devo ter algum problema para sonhar uma coisa dessa.
sábado, 15 de junho de 2013
Vamos nós para o século XXI
Anteontem, 12 de junho de 2013 ou se assim quiser, dia dos namorados. Cidade lotada, muitos carros, motos, pessoas e mulheres. Mulheres. Mulheres em grupo, mulheres sozinhas, mulheres apressadas, mulheres a apreciar vitrines. Cada uma de um tipo, as nerds, as elegantes, as patricinhas, as pequenas, magras e as fofinhas. Cada uma com sacolas e embrulhos. Umas rindo e outras nem tanto... Algumas até mesmo desfilando com buques de flores. Mas todas elas, nesse século XXI de meu deus, indo à rua "cuidar das coisas":
Mercado. Arroz. Tempero. Carne. Frango. Legumes. Salada. Bebidas. Vinho. Cerveja. Licor. Vodca. 51, porque não? Sobremesa. Sorvete. Fondue. Torta. Chocolate. Casa. Rua. Presente. Camisa. Colete. Calça. Calçado. Almofada. Meia. Cueca. Cartão. Almoço. Pílula. Embrulho. Trabalho. Escola. Sexyshop. Camisinha. Noite. Velas. Panelas. Comida. Sorriso. Limpeza. Colchão.
Eu não estou aqui para falar que as mulheres são fantásticas e extraordinárias, eu estou aqui para dizer que nem todas elas querem ser a mulher E o homem no dia dos namorados.
quarta-feira, 15 de maio de 2013
Do tempo para as coisas
Como um passa-tempo-brincadeira-sem-graça transporto as tristezas e sonhos inalcançáveis de uma mão para a outra, da outra para uma mão. Como uma avô esfriando o leite com chocolate. A cada ida e vinda dessa brincadeira de transferir aqueles pensamentos tristes de uma mão para a outra, de uma outra para a mão. Por entre os dedos escorre o líquido, o sabor, revivemos os sonhos que tanto achamos que são impossíveis. É dor. É vontade. É lembrança. Escorrem pelos dedos. Quanto mais se joga esse bloco maleável de um lado para o outro, menos dele terá até ser apenas uma gota.
Pra que serviriam então as mãos, se não para fazer acontecer? Oras, só me resta dessa vida sorrir.
Num balanço de vai e vem... sob os ventos e os pássaros.domingo, 5 de maio de 2013
segunda-feira, 29 de abril de 2013
quinta-feira, 18 de abril de 2013
"Às vezes, você perde vários poemas, porque sente uma frase, sente algo murmurado no seu espírito e não presta atenção porque está ocupado com os ruídos da vida. É necessário apurar o seu ouvido, ter a humildade de anotar a coisa mesmo quando ela não é muito boa. Pode, de repente, um texto meio nebuloso, meio esquisito, meio simplório demais, dar raiz a um poema posteriormente interessante."
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Affonso Romano de Sant'Anna
sexta-feira, 12 de abril de 2013
Tatuagem
Tatuagem, me diga, mesmo que sem graça
faria você cor em outra parte
além do coração?
Tatuagem, me diga por quanto tempo arde
se o tempo que te carrego no corpo
daria desgosto se não fosse amor
faria você cor em outra parte
além do coração?
Tatuagem, me diga por quanto tempo arde
se o tempo que te carrego no corpo
daria desgosto se não fosse amor
quinta-feira, 14 de março de 2013
por mais que eu lembrasse de todos os contos de fadas que li e vivi, com certeza aquele não seria um. minha voz cantava docemente para aquele corpo que não me cabia nos braços nem no coração. do canto ao grito. dos gritos as lágrimas, ao fim. nenhuma lágrima, nenhuma canção o acordaria. gota por gota, eu sabia que ele iria antes de mim, não pelos dez anos a mais, mas porque queria estar com ele até o fim para que ele não visse o meu.
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Tia Lita
quarta-feira, 6 de março de 2013
O que importa?
Às vezes eu fico me perguntando
se quando o violão toca
qual mão que importa?
A que faz a nota ou
a que toca?
Se faz a nota, não toca
e a que toca sem nota
O som não te toca
se quando o violão toca
qual mão que importa?
A que faz a nota ou
a que toca?
Se faz a nota, não toca
e a que toca sem nota
O som não te toca
domingo, 24 de fevereiro de 2013
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