Como um passa-tempo-brincadeira-sem-graça transporto as tristezas e sonhos inalcançáveis de uma mão para a outra, da outra para uma mão. Como uma avô esfriando o leite com chocolate. A cada ida e vinda dessa brincadeira de transferir aqueles pensamentos tristes de uma mão para a outra, de uma outra para a mão. Por entre os dedos escorre o líquido, o sabor, revivemos os sonhos que tanto achamos que são impossíveis. É dor. É vontade. É lembrança. Escorrem pelos dedos. Quanto mais se joga esse bloco maleável de um lado para o outro, menos dele terá até ser apenas uma gota.
Pra que serviriam então as mãos, se não para fazer acontecer? Oras, só me resta dessa vida sorrir.
Num balanço de vai e vem... sob os ventos e os pássaros.
Visualizei a minha vó... Saudades dela.
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