Num dia um alguém me falou que talvez o mundo fosse feito por pessoas. Olhei meio esguio e achei o comentário superestimado demais se não fosse o fato dele falar a mesma coisa significando outra. No prolongar do comentário e dos questionamentos, aquilo não tinha me levado a nada, apenas algumas horas perdidas de discussão e ainda naquela mesma tarde adormecemos com as xícaras do café na mão.
O céu estava
azul, um azul bem cor de céu às 14 horas da tarde e havia nuvens pingadas pelos
cantos e não me demorei a encostar numa pedra para achar nelas algum
significado. Parecia mesmo que aquelas nuvens atendiam aos meus pedidos, quando
pensava que seria legal ver um coelho andando com duas patas já saia um lindo
coelho andando com duas patas e o rabinho empinado, parecendo até gente. Oras,
deve ser para isso que os sonhos servem, eles nos fazem realizar desejos que
nem mesmo sabemos que temos. Se sonho é tudo que a gente quer a longo ou a curto
prazo. Andei. Andei e via as coisas como jamais tinha visto antes, as mesmas
coisas, os pássaros que voavam em bando ou sozinhos, as flores que
desabrochavam quase que alternadas dançando e o sol descia e logo mais a lua surgia e que coisa... estas tais estrelas são mesmo muito bonitas.
Quando
despertei, o alguém não estava mais ali e por um momento achei que não tivesse
dormido ou se dormi estava no sonho do sonho do sonho... A xícara com café
ainda estava quente e por alguma razão eu entendi, o mundo é feito por pessoas,
pessoas que desenham o céu e que pintam todos os azuis, que fazem os desenhos
nas nuvens e treinam o dançar das flores e dos pássaros e, até mesmo, o
levantar e o descer do sol incluindo também o chegar das estrelas que decoram
as nossas noites com pequenos brilhos, cintilantes e ternos, até o amanhecer. E
naquele fim de tarde pude imaginar o rapaz que troca a cor do azul do céu a
cada segundo, indo do mais claro ao azul mais escuro, a moça que modelava as
nuvens com as pontas do dedos de acordo com nossos pensamentos, o maestro que
treinava os pássaros e a serelepe senhora que ensinava a coreografia das estações para as flores e, ao entardecer, o senhor meio idoso com grilos cantando em
seus ombros voando e jogando confetes brilhantes que grudam no céu azul-escuro-preto
da noite.
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* a ideia do conto não é de minha autoria, apenas a ousadia de usá-la :)
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* a ideia do conto não é de minha autoria, apenas a ousadia de usá-la :)
um conto deslumbrantemente bem escrito. Sirlara, vc construiu um mundo maravilhoso. Bjos.
ResponderExcluirTambém gostei muito filha.
ResponderExcluirmuito bom um dos melhoresq eu li aqui
ResponderExcluirviu
longo pra ler no trampo
Se sonho é tudo que a gente quer a longo ou a curto prazo
Acho que fazemos mundos dentro de nós, que se encontram com o mundo de outras pessoas, e é o encontro desses mundos que cria o que chamamos de mundo real ^^
ResponderExcluir"All we are is dust in the wind"
Adorei, Sirlara *-*
Beijos <3