Faltava era espaço para ar no meio daquele suspense calado de perto angustiante e de longe esperançoso. A gente não sabia quanto tempo tinha durado desde o chamado para o lanche até o momento do lanche. Eu nunca precisei falar muito para que meu irmão me entendesse e vice-versa, só um olhar era o necessária para sabermos que compartilhávamos do mesmo medo do mesmo fato que se repete até nos dias atuais. E tudo começava assim: Será?
Será que teremos o quê para o lanche? Já me surgia a interrogação quando subia aquele grito materno que vinha da cozinha. Eu já colocava minha cara mascarada de pré-fezes “Será?”, então eu olhava para o lado e lá estava ele com a cara do mesmo será e com um quê de convite. Vamos? A gente sempre ia e estava tudo lá tudo arrumado em cima da mesa, tantos os copos quanto o pacote de bolacha recheada no qual seria repartido ao meio e o biscoito ímpar seria friamente dividido em dois e, é claro, a vitamina de banana com chocolate em pó. O sorriso materno e o braço apressado colocou a vitamina nos dois copos em cima da mesa, primeiro o compridinho, segundo o quadradinho e então a cena do suspense, ou do crime, se materializava.
Eu já olhei para o compridinho com a mesma esperança que meu irmão, sabíamos que se houvessem pedaços inteiros de bananas certamente estariam no último copo de vitamina e nem eu e nem ele queríamos correr o mesmo risco, a gente não sabia por quanto tempo ela teria batido a vitamina. Eu passei os dedos pelo copo compridinho antes que os pensamentos me fizessem desistir da vitamina, ela jamais fora ruim e é por isso que sempre valia a pena tomá-la mesmo correndo o risco. E lá estava ele, meu irmão, o meu parceiro de vitaminas com o rosto desapontado e eu com a esperança nas mãos e a tristeza de não poder fazer nada por ele. Dominados pelo momento, sabíamos que não tínhamos outra coisa para fazer se não beber e bebemos. A cena do copo nos lábios só durou até encontrarmos, igualmente, os benditos pedacinhos de bananas... Fechamos os olhos para a vontade do “voltar tudo” passar e nos encontramos com o mesmo bigodinho de leite e o mesmo sorriso que dizia que não tinha sido dessa vez a vitamina perfeita.
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¹Essa não é uma história de ficção.
²Blog está de juba nova, critique (ou não) você também! ;*
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é sim...é atraves dos exelentes blog e encontramos outros e assim por diante,adorei aqui,adorei o texto e o tema do blog achei super fofo,vou seguir,se quiser tbm..."sigam-me os bons":P
ResponderExcluirbjks
Eu adorava qualquer tipo de vitamina. Bananas? Tinhamos as pencas rs rs rs;
ResponderExcluirMas adorava roubar os lanches de minhas irmãs. Putz! eu era uma peste! Era!?
Um beijo grande
Os pais sempre preocupados com os filhotes e o seu crescimento harmonioso.
ResponderExcluirHoje os pais arranjam de tudo para que os meninos cresçam saudáveis e fortes.
No meu tempo não havia dessas coisas e quem não queria deixava de lado...
Recordações e partilhas que nos sobram e que fazem história.
rs...Que legal! beijos,tudo de bom,chica
ResponderExcluirNão conhecia a juba do blog antes, mas esta está bem interessante, bastante criativa.
ResponderExcluirQuando criança não gostava de vitamina de banana, hoje gosto.
Minha filha ficava esperando o pedacinho da banana. Até na mamadeira ela sentia aqueles pontinhos pretos. kkkk
Obrigada pela visita. abraço
Obrigada, Paula, e quero conhecer essa sua filha corajosa rsrs ;*
ExcluirSirlara, que legal ler um post tão interessante!
ResponderExcluirMães e filhos discordam - embora se amem - até na vitamina de banana, aliás, a minha preferida, com ou sem os tais pedacinhos, rs.
Querida, uma vitaminada semana!!!!
Você consegue transformar vitamina de banana em literatura. Parabéns. Sério.
ResponderExcluir;*
Excluir=D
ResponderExcluirBem dissertivo o teu relato. Até hoje eu tenho o hábito de bater a banana com açúcar e leite em pó usando o garfo, é uma delícia. Estou lhe seguindo. Bjos.
ResponderExcluirObrigado pela visita.
ResponderExcluirE aos pedacinhos de banana, acrescento os de mamão!
Beijo
Obrigada pela visita lá no Fragmentos e Inquietações, Sirlara.
ResponderExcluirAdorei teu blog também e a sensibilidade com que escreves.
Te sigo.
Beijos
Deu uma saudade da vitamina de banana da minha mãe...
ResponderExcluir=D
Um gosto chegar ao seu blogue. Eu colaboro no blogue arco-íris, mas
ResponderExcluirtenho vários blogues meus. Se quiser passar por eles.
Um beijinho grande
Irene
Obrigada pela visitinha ao meu blog linda!! fico felis que tenha gostado.. (: bjobjo
ResponderExcluirhttp://overdose-de-amor.blogspot.com/
Primeiramente, obrigada por ter lido meu blog e comentado, é um ato raro por lá.
ResponderExcluirE segundo, adorei seu blog, e você conseguiu transformar o café da manhã em um belo texto. Ótimo, adorei. Estou te seguindo (:
Dona moça, porreta seu texto! Eu adoro vitamina de banana com nescau, oi que bom! kkkkkk
ResponderExcluirAgora, é de lenhar quando fica os pedaços de banana... kkkkk
Pior que isso ocorre sempre, não sei qual é o caso dos liquidificadores, acho que eles se retam ao bater vitamina de banana, só pode ser! kkkkkk
Muito bom!
Obrigado por ter ido no Sibarita, volte sempre... Eu, com certeza estarei por aqui.
O Sibarita
Vitamina de banana sempre foi uma das minhas preferidas desde a infância... mas eu quem preparava! eu aprendi em um daqueles programas da Eliana quando eu tinha uns 5 ou 6 anos de idade e não deixava ninguém fazer as vitaminas além de mim. Bela nostalgia nesse texto... *.* Lembrei-me também de quando eu descobri que podia bater toddy com gelo e leite condensado no liquidificador! Bons tempos... Mais uma vez, um texto divertido de se ler e apreciar minha querida.
ResponderExcluirGrande beijo!